domingo, 13 de julho de 2014

O Diário de Renesmee IV: Capítulo 18 - Parte I

O Diário de Renesmee IV' é a continuação da fanfic ‘O Diário de Renesmee’ 'O Diário de Renesmee II e III', e não tem nenhuma ligação com as mini fanfics ‘Tudo o que você sempre quis saber da Família Cullen’ ‘Emmett ensina travessuras a Nessie’.


É indicado que antes de ler esta fanfic você já tenha lido 'O Diário de Renesmee I''O Diário de Renesmee II' e 'O Diário de Renesmee III'.

Sobre os erros de português : Pedimos desculpas pelos erros de português que encontrarem na fanfic e fazemos o máximo possível para arrumar esses erros. Porém, como ninguém é perfeito, pode ser que ainda tenha alguns erros na fanfic.

Sobre ser lançado um livro com a fanfic: A fanfic é baseada na história da Stephenie Meyer e os direitos autorais são todos dela. Não podemos lançar um livro com a fanfic e não temos intenção nenhuma de fazer isso.

Sobre os capítulos : Os capítulos serão postados por semana, e qualquer imprevisto avisaremos nas redes sociais.

Abraços,
Anielle, Melissa e Dhayane.


Capítulo 18
A fumaça
Narrado por Renesmee e Jacob



Clique aqui se quiser relembrar o último capítulo



Narrado por Jacob Black
Quando Nessie acordou, eu estava quase dormindo. Bella tinha cozinhado para mim e eu e ela conversamos durante a madrugada toda. Era estranho o fato de Bella ser minha sogra, mas não agir como tal. Nós ainda éramos melhores amigos e por conta disso eu contei para ela como se sentia com a gravidez. Usei as palavras assustado, aterrorizado e medroso várias vezes durante a nossa conversa, mas ela entendeu e acabou até rindo. Ela disse que sabia que Renesmee aguentaria, mas não era porque ela tinha aguentado e sim porque Renesmee já havia começado a amar seu bebê e que era forte e corajosa. Ela também acrescentou que a gravidez trazia uma dose extra de coragem e força que ninguém iria entender, a não ser que estivesse grávido. Nós rimos alto demais e Renesmee acabou acordando.

- Oi. - Ela disse. - Estou com fome.

Bella riu e foi buscar algo para ela comer. Eu peguei um edredom velho e me enrolei nele para que pudesse ficar junto dela. Ela passou os braços nos meus ombros, cobertos pelo edredom e nós sorrimos um para o outro.

- Jake. - Ela me chamou e percebi que eu havia sentido falta da sua voz mais do que eu pensava.

- Sim. - Respondi.

- Você está bem? - Ela perguntou e eu sabia que era mais do que uma simples pergunta.

- Na verdade, eu ainda tenho que descobrir. Agora eu estou bem, mas estou bipolar estes dias. - Tentei fazer piada, mas ela não riu. Bella encontrou no quarto com um prato de comida que cheirava bem.

- Você também quer um, Jake? - Bella me perguntou. Eu me levantei, tentando ir buscar um para mim, mas ela fez um sinal de que iria buscar. Eu agradeci.

- Ei, sai pra lá, esse é meu! - Nessie brincou, protegendo seu prato. Ela estava sentada na cama e dava garfadas de um em um minuto.


Eu estava perdido. Não sabia o que procurar. Não existiam casais como Renesmee e eu, então minha busca estaria falida antes mesmo de começar. Hoje de manhã, quando acordei, Renesmee estava mais pálida e sem apetite. Eu fiz ela prometer que comeria alguma coisa, qualquer coisa, mas ela disse que não estava sentindo fome. Perguntei discretamente se era sangue o que ela desejava e ela disse que não. Sai de casa frustado.

Encontrei Seth e Melissa sentados em um dos bancos perto da praia. Eles tinham largado a faculdade, como eu, para ficar perto de Renesmee. Eu agradecia a consideração, era sempre bom ter amigos por perto e Seth era um dos melhores agora.

- E aí, Jake? - Ele bateu no meu ombro e eu me sentei perto deles.

- Tudo na mesma. - Respondi. Já não era novidade que Renesmee piorava a cada segundo.

- Sei que parece estúpido perguntar, mas Renesmee não está nem um pouco melhor? - Melissa perguntou. Hoje estava bem nublado, o que significava que ela poderia andar pela praia pelo resto do dia.

- Ela conseguiu comer um pouco ontem, mas hoje acordou sem fome de novo. - Bufei. - Parece que damos um passo para frente e dez mil para trás.

- Ah, não, cara. Talvez seja só por hoje. Grávidas são temperamentais, não são? - Seth tentou me consolar, mas eu sabia que nem ele mesmo acreditava nas suas palavras.

- Ela também anda tendo muitos pesadelos. Bella me contou que alguns ela chega a gritar de terror. 

Melissa ergueu as sobrancelhas querendo mais detalhes, entretanto, eu só havia presenciado um desses pesadelos e não sabia contar o que desencadeou.

- Preciso ir. Vou tentar dar uma volta para minha mente trabalhar.

Segui pela floresta e logo me transformei em lobo, deixando minhas roupas guardadas perto de uma árvore. No início, corri para fora de La Push e algumas coisas vieram de memória. Meu casamento com Nessie, nossa lua de mel, o quanto estávamos felizes em International Falls... Eu tentava encaixar tudo junto para ver se faltava ou tinha acontecido algo diferente, porém não havia nada. Cansei de procurar e voltei para La Push. Eu precisaria de um computador e um carro, imediatamente.



Narrado por Renesmee Black
Jacob tinha acabado de sair. Ele me disse que precisava sair para ir ao mercado e buscar algumas coisas para Rachel continuar cozinhando. Ele me perguntou se eu desejava comer alguma coisa e eu pedi chocolates e balas de menta. Ele sorriu e anotou junto a lista que Rachel tinha feito para ele. Tive um súbito de raiva por estar tão doente e não poder ajudá-lo. Sentia falta até das brigas quando íamos fazer compras.

Já eram quatro horas da tarde, quando alguém bateu na porta do meu quarto. Eu estava lendo um livro e me arrumei na cama. Queria que quem estivesse batendo pensasse que eu estava um pouco melhor.

- Entre. - Sussurrei, tentando não tossir.

- Oi, Nessie. - Era Melissa e... Rachel. O que ela estava fazendo aqui? Sua barriga estava cada vez maior e ela parecia um balão humano.

- Oi. - Ela sorriu. Aposto que veio me perturbar. 

- Oi. O que aconteceu? - Perguntei.

- Nada. Eu estava passando por aqui e resolvi parar para conversar com você. Deve ser chato ficar nesta cama o dia todo. - Melissa explicou.

- Entendi. E ela? - Dirigi meu olhar a Rachel.

- Ela estava aqui cozinhando. - Mel explicou. - Chamei-a para fofocar com a gente.

Droga! Tinha esquecido que Melissa não estava sabendo que eu odiava Rachel e Rachel me odiava.

- Tudo bem. - Sorri meio amarelo para as duas e Rachel se aproximou sentando ao pé da cama. 

- E então? O que há de novo? - Melissa perguntou.

- Nada. - Revirei os olhos. - Jacob saiu para ir ao mercado. E ele também disse que precisará me deixar, em breve, para tentar algo que nos ajude. Quero dizer, eu nem sei porque ele ainda está indo atrás disso. Não vai encontrar nada. Ele não faz ideia do que está procurando.

- Talvez... - Rachel começou e recuou quando eu olhei para ela. - Talvez ele pode ir atrás de alguma informação nova porque recebeu uma informação anterior.

- Você está sabendo de alguma coisa? 

- Não. Mal falei com Jacob estes dias.

Tentei observar seu rosto em busca de alguma informação ou mentira, mas ela continuou me encarando com seus olhos escuros iguais ao do meu marido.

- Hm, preciso ir ao banheiro. - Disse.

- Eu te ajudo. - Melissa me acompanhou até o banheiro e ainda bem que não me perguntou nada sobre o clima tenso com Rachel.



Narrado por Jacob Black
Cheguei em casa e encontrei meu pai, Rachel e Paul sentados assistindo TV. Eles me deram um oi breve e eu corri para o quarto para pegar meu notebook. Nessie estava dormindo, então fiz questão de ser silencioso. Sentei ao pé da cama e comecei a digitar. “Bebês híbridos” foi minha primeira pesquisa. Não havia nada demais nos sites, só lendas e histórias inventadas. Decidi ir mais fundo e pesquisei “gravidez lobisomem e vampiro” e apareceram mais algumas histórias... Nada. Parecia que eu estava sem rumo. Não havia qualquer solução. Teimoso como sou, digitei “lobisomem e vampiro casal” e apareceram mais algumas informações. Fui site por site tentando ter alguma esperança e até que encontrei uma coisa valiosa:

Os filhos da Lua, transformados em lobos, não podem se atrair por aqueles que detestam o Sol. Porém, quando estão na sua forma humana, conseguem se atrair por sugadores de sangue. Já testemunhei vários casos e ao contrário que a espécie humana inventou vampiros e lobisomens não são inimigos, não necessariamente. Imprintings também já ocorreram durante meus estudos literários para este livro, então, neste mundo, nada é impossível.

Eu dei um salto na cama quando li a palavra “imprinting”. Nessie se mexeu e eu torci para que ela não acordasse. Eu precisava achar este cara. Dr. Houffman. É especialista em mitologia e seres sobrenaturais. Preciso encontrá-lo, imediatamente, mas antes precisava passar em um lugar.

Com Rachel cozinhando na casa de meu pai, nossos suplementos ficaram esgotados. Rach tinha me dito que eu precisava ir ao mercado e ela até fez uma lista pra mim. Renesmee acrescentou algumas coisas que desejava comer, como chocolate e balas de menta. Eu não podia ignorar isso, já que minha esposa quase não estava comendo nada. Paul e os caras também passavam por lá, de vez em quando. Paul era até compreensível já que sua esposa estava cozinhando para nós, mas os outros eram folgados mesmo e nos traziam prejuízos.
Quando terminei de fazer compras, vi dois rostos familiares no estacionamento. Em um carro do lado do meu.

- John? - Perguntei e ele olhou para mim.

- Jacob, certo? E aí, cara, tudo bem? Você está melhor?

Demos um abraço “de macho” e um aperto de mão.

- Estou sim. O que você está fazendo por aqui?

- Estou na casa de um amigo meu. - Ele apontou para o outro homem que estava com ele. - Este aqui é Julian.

- Oi. - Cumprimentei e o homem não sorriu para mim e continuou me encarando.

- Bom, eu já vou. - Continuei. - Esposa grávida e com desejos em casa, sabe como é. - Brinquei. - Não posso deixá-la esperando.

- Sua esposa está grávida? - Julian perguntou. Senti um misto de desconfiança em sua voz.

- Sim. - Respondi.

- Ah, felicidades para vocês, Jacob! - John desejou e eu agradeci.

- Nós precisamos ir. - Julian disse e entrou no carro, sem ao menos me dar um tchau. Que cara estranho! John acenou eles foram embora.

Cheguei em casa e deixei as compras com a Rachel. Peguei a chave do carro e corri em direção ao meu destino.


Narrado por Renesmee Black
Dormi um pouco depois da visita de Rachel e Melissa e quando acordei já era noite. Levantei, devagar e encontrei o notebook na cama. Não me lembro de tê-lo usado, mas talvez fosse melhor perguntar. 

- Oi, Billy. - Sorri para o meu sogro, morrendo de medo de descobrir que eu usei o notebook sonâmbula. - Você sabe se eu usei o notebook? Encontrei-o na cama.

- Oi, Nessie. Não escutei nenhum barulho vindo de seu quarto, mas Jacob passou alguns minutos por lá... Talvez ele tenha usado.

- Com fome? - Rachel apareceu e tentou ser agradável, mas era forçado demais para ser verdade.

- Não. Voltarei ao meu quarto.

Sentei ao pé da cama e liguei o notebook. A primeira coisa que fiz foi buscar o histórico e vi que Jacob havia feito algumas pesquisas sobre a gente. Olhei todos os sites que ele pesquisou e encontrei somente um que importava. Quem era esse Dr. Houffman e por que ele sabia tanto sobre vampiros e lobisomens? Jacob, é claro, foi descobrir e eu temia que fosse alguma armadilha, porém ansiava que meu marido nos tirasse dessa, afinal eu queria sobreviver e tocá-lo.



Narrado por Jacob Black
Peguei o carro e dirigi em direção ao aeroporto. Mandei uma mensagem para Bella, avisando que iria para Washington para contactar o Dr. Houffman. Ela respondeu que queria ir junto, mas achei melhor que ela e Edward ficassem para trás, pois a presença deles não era necessária. Se fosse uma armadilha, Nessie precisaria de sua mãe e de seu pai, então era melhor só ir eu ao encontro de sabe lá o que.

Meu telefone tocou. Fiquei assustado porque eu já tinha avisado Bella e Edward que eu estaria viajando, quem mais me ligaria? Cheguei ao estacionamento do aeroporto e liguei de volta para o número. 

- Quem é? - Perguntei.

- Jake! - Conheci a voz e sorri. - Sou eu, Nessie.

- Claro que é você, meu amor. O que houve? Está tudo bem?

- Eu estou bem. - Respirei, aliviado. - É que sei que você quer encontrar o Dr. Houffman, mas ele faleceu meses atrás. Você já pegou o avião para Washington?

- Não. Acabei de entrar no aeroporto.

- Então, vá para Nova Iorque. O filho dele mora lá. Ele se chama Andrew Houffman. Vou pesquisar mais e se eu achar algo interessante, te envio por e-mail.

- Ok. Obrigada, Nessie. Te amo.

- Também te amo, Jake. - Pude imaginar seu sorriso por trás do telefone.


Assim que me sentei na poltrona do avião, me senti claustrofóbico. Não estava apertado, mas as duas pessoas do meu lado me deixavam sufocado. Refleti sobre tudo o que eu já havia passado junto com Renesmee e sinceramente? Eu não me arrependia de nada. Porém, havia muitos riscos e eu queria eliminá-los.

Tentei colocar o fone de ouvido para relaxar, mas só havia uma estação e a música era de algum rapper que eu não conhecia. Deixei de lado e levantei pedindo licença. 

- Onde o senhor vai? - Uma aeromoça veio até a mim. Aposto e ganho que ela iria me mandar de volta para a poltrona. 

- Ao banheiro.

- Não. O senhor precisa se sentar, pois vamos decolar agora. - Ela pediu, gentilmente.

- Vou ao banheiro. - Repeti. - É rápido.

- O senhor precisa...

Não deixei ela terminar de falar e corri em direção ao banheiro. Não lembrava de os corredores dos aviões serem tão apertados, mas consegui chegar ao banheiro e me trancar lá dentro.

Eu respirava afoito e passei uma água no rosto para ver se melhorava. Droga! Eu não podia passar mal em um avião. Destranquei e sai. Minha cabeça foi direto ao chão. Dois policiais me algemaram e eu tentei explicar, eles me mandaram sentar no fundo do avião enquanto decolávamos.

Ter pânico no avião era ruim. Agora, ter pânico no avião com dois policiais do seu lado era pior ainda. Eles diziam que eu teria que me explicar assim que chegássemos a Nova Iorque e que eu estava sob suspeita de terrorismo agora. Ótimo. Que droga. Eu tentei dormir um pouco, mas só pensava em Renesmee. Eu precisava tentar por ela. 

Quando, finalmente, pousamos no LAX, eu me sentia retraído e fui parar na delegacia do aeroporto. Disse que precisava fazer umas ligações, mas os policiais me proibiram e pegaram meu telefone, tudo o que estava no meu bolso e a minha mala.

Eles não encontraram nada, é claro. Porém, passei uma hora explicando que tive um ataque de pânico. Eles me pressionaram e perguntaram o que eu estava fazendo ali e eu expliquei que iria tentar achar um amigo. Andrew Houffman. Eles me pediram o número do meu amigo para contactá-lo e eu continuei a dizer que eu iria fazer uma surpresa e ir apenas encontrá-lo. Inventei que iria fazer turismo em Nova Iorque também. Depois de várias perguntas, eles me deixaram ir e juro que tive a impressão de estar sendo perseguido quando entrei no táxi seguindo para um hotel.

Assim que me acomodei, liguei o celular na bateria e fui tomar um banho. Quando terminei, peguei o celular e fiz uma chamada de vídeo para Nessie. Precisava vê-la.

- Oi, amor. - Ela atendeu. 

- Oi, Nessie. Como você está?

- Eu estou bem. - Eu ri. - Hoje foi um grande dia.

- É mesmo? - Ela sorriu tão doce que me deu vontade de tocar suas bochechas.

- Sim. Fui parar na delegacia do aeroporto. 

- Como assim? - Ela deu um gritinho. E eu contei tudo a ela. Nessie riu, mas demonstrou preocupação por eu ter tido pânico no avião. Era só o estresse, eu expliquei, mas ela me fez ficar em alerta para isso e eu prometi que caso acontecesse novamente eu iria contar pra ela.

- Agora, antes de nos despedimos, dê uma voltinha pelo quarto. Quero ver se o senhor já achou alguma amante aí na Big Apple. 

Eu ri e fiz o que ela mandou. O quarto tinha tons de vermelho e bege, e sim, só havia eu nele.

- Viu só? Não tem ninguém aqui. Aliás, tem sim, mas estas pessoas estão dentro do meu coração.

- Hm, quem é? - Ela piscou, parecendo cansada.

- Você e o nosso bebê. - Ela começou a derramar lágrimas e mais lágrimas e eu fiquei confuso, até entender que ela estava chorando de felicidade.

Este foi um dia chato. Tedioso até demais. Eu acordei cedo, pois esqueci de fechar a cortina vermelha do quarto de hotel e a luz do Sol veio na minha cara. Pedi um café da manhã farto e depois disso não havia nada para me ocupar. Peguei meu notebook e fiz mais pesquisas, mas acabei não encontrando nada. Queria que chegasse a noite para eu poder encontrar Andrew Houffman. Ele trabalhava como barman num clube da cidade chamado Pandemônio que só abria às nove da noite.

Almocei um nhoque ao molho rosé e pedi duas sobremesas. Um pedaço de bolo de chocolate e um petit gateau. A única coisa que eu poderia fazer era comer e ver filmes. Eu assisti uns dois até as oito e meia da noite e então me levantei para tomar banho e me arrumar para minha missão.



Cheguei ao clube. Estava lotado. Cheio de pessoas bêbadas e dançando. Algumas pessoas me olharam estranho. Havia alguns homens que cheiravam a confusão, só esperando a oportunidade. Tinha que ficar longe de qualquer coisa hoje a noite. Meu único foco era Andrew.

- Ei, você conhece Andrew que trabalha aqui? - Perguntei a uma moça que estava no bar servindo drinks para várias pessoas ao mesmo tempo.

- Sim. O que quer com ele?

- Preciso conversar com ele. - Não poderia explicar muito para a moça loira que estava na minha frente.

- Ele fica no bar do andar de cima.

-Ok. - Procurei as escadas e subi. Tinham dois caras no bar no segundo andar do clube e felizmente eu acertei quem era o Andrew.



- O que você quer comigo? - Ele me encarou, enquanto sacudia um copo de metal para fazer o drink.

- Preciso conversar. É sobre seu pai.

- Ah, aquele velho. Mesmo depois de morrer só arruma problemas para mim.

- Não. Eu só queria algumas informações.

- Não posso ajudar em nada. Meu pai entendia de ciência e eu de drinks. - Ele riu, irônico e eu me irritei.

- Só me diga uma coisa: o quanto seu pai estava certo sobre o sobrenatural?

Ele riu e balançou a cabeça como se estivesse indignado.

- Você só pode estar brincando. 

- Não estou. - Eu respondi, rispidamente.

Percebi uma movimentação estranha atrás de mim. Respirei e sabia que haviam vampiros ali, só restava descobrir quem eram. 

- Por favor, Andrew. - Pedi. - A vida de uma pessoa pode estar nas suas mãos. Talvez as pesquisas do seu pai podem ajudá-la.

Ele saiu andando e foi entregar o drink pronto para os clientes.

Eu bati meu punho no balcão do bar e respirei profundamente. O cheiro de vampiro havia sumido. Não era ninguém que eu conhecesse, eu poderia afirmar com certeza, mas eu era esperto para saber que seria muita coincidência um vampiro ou mais estarem por ali.
Pensei que poderia ser algo dos Volturi e dei o fora daquele lugar. Minha missão havia falhado, mais uma vez. Tudo porque um ser irritantemente idiota não me pôde dar informações. Decidi que não ficaria assim, este cara teria que me falar algo que ajudasse, nem que fosse na base da força.

Ainda eram dez horas da noite quando voltei ao meu quarto de hotel e pensei bem sobre o que eu iria fazer. Não queria machucar o cara, mas precisava arrancar a força algumas informações dele. No momento em que citei o sobrenatural, um vampiro estava presente, ouvindo tudo o que eu disse, e depois quando Andrew não disse nada, ele saiu. Talvez Andrew Houffman estivesse sobre controle de algum vampiro que não queria que a humanidade soubesse da existência de vampiros, lobisomens e etc. E o único grupo que eu conhecia que não queria isto era os Volturi.

Peguei a chave do carro e entrei. Estacionei perto o suficiente do clube em que Andrew trabalhava e uma hora ele teria que sair.



Às cinco horas da manhã, quando pessoas bêbadas começaram a cambalear saindo de lá, percebi que estava quase na hora de fechar o local. Então, fiquei mais alerta e olhava todos os rostos dos clientes, com medo que Andrew saísse escondido. Aos poucos, o clube foi se esvaziando e uma hora depois os funcionários começaram a sair. A moça que me disse onde Andrew estava saiu com algumas colegas de trabalho e eu sai do carro pronto para o que eu iria fazer. 

Do lado do clube, havia um corredor com uma saída lateral e eu tentei abrir a porta que estava fechada. Dei alguns chutes nesta e consegui entrar. Um cara se assustou com a minha presença e eu, infelizmente, tive que socá-lo para que não chamasse ninguém. Deixei o cara desmaiado no chão e segui em direção ao segundo andar do clube.
Andrew estava recolhendo suas coisas e tirando alguns copos do balcão do bar e quando me viu, automaticamente, tentou fugir. Eu fui mais rápido, encurralei-o no balcão e usei meu corpo como escudo. Ele caiu, bateu a cabeça e desmaiou no chão. Ficou mais fácil do que eu imaginei para levá-lo até o carro.

Verifiquei se a rua estava deserta antes de carregar Andrew até o meu carro. Dei sorte, não havia ninguém e eu pude passar o braço dele no meu pescoço e andar livremente até o carro. Assim que ele entrou no banco de carona, eu dirigi para um lugar afastado dali, tomando cuidado para que ninguém percebesse o homem desmaiado ao meu lado. Parei em uma estrada sem muito movimento e amarrei as pernas e as mãos do cara antes que ele tentasse fugir. Também verifiquei seu machucado na cabeça, foi apenas uma pancada, porém eu não queria ser responsável por um traumatismo craniano ou algo assim.
Olhei meu celular. Eram sete e vinte da manhã. Eu teria que espera-lo acordar para começar a fazer perguntas.

Meu estômago estava roncando, eu estava com fome. O idiota ao meu lado ainda não acordou e por isto eu só poderia sair para comer depois que ele cooperasse.

- Hm. Hm. - Andrew começou a se mexer e seus olhos piscaram algumas vezes antes de focalizar em mim.

- Olá. - Sorri, presunçoso.

- O que eu estou fazendo aqui? O que você está fazendo comigo? - Ele estava desesperado, esperando fugir, mas suas mãos estavam bem apertadas em torno da corda.

- Depende de você. Poderá sair vivo se me ajudar. - Ameacei um pouco. Afinal, medo ajudava as vítimas a ajudarem.

- O que você quer, cara? Eu não sei de nada. 

- Sabe sim. Seus amigos vampiros sempre andam com você pelo clube?

- Não. Eu não sei do que está falando. - Ele tentou parecer confuso, entretanto eu já sabia que estava mentindo.

- Vamos lá, eu não quero matar você! - Eu ri, pois não queria fazer isto mesmo. - Me dê algumas informações.

- O que você quer saber?

- Como seu pai sabia sobre vampiros e lobisomens?

Ele pensou um pouco antes de responder.

- Olha, eu não sei explicar muito bem...

- Você vai me enrolar ou vou precisar dar algum incentivo para você falar? - Toquei sua orelha para insinuar que eu iria corta-la como incentivo.

- Ok. - Ele respirou ofegante. - Eu não era muito próximo do meu pai. Nós brigamos há alguns anos. Ele tinha vários amigos. Lobos, vampiros, fadas e sabe lá mais o que.

- E a sua pesquisa? É tudo verdadeiro?

- Não sei. Ele conseguia informações dos seus amigos estranhos e estes amigos iam atrás de outros para que ele pudesse fazer algumas experiências.

- Que tipo de experiência? - Perguntei.

- Ele tentava produzir algum antidoto para a cura do vampirismo e transmorfos. Porém, vários morreram nas experiências dele.

Fiquei meio abalado com seu relato, mas não me deixei aparentar. Continue com seu interrogatório.

- Alguém ainda faz estas experiências?

- Ele trabalhava em um laboratório sozinho, mas acho que alguém pode ter tomado o lugar dele.

- E onde fica este laboratório? 

- Em Washington. Se chama Cost. Fica em Hoquiam.

- Ok. E o que mais você sabe? Quem era o vampiro no clube?

- Eu sei que os donos do Pandemônio são vampiros. E parece que a maioria que frequenta lá não são humanos. Quando me candidatei ao trabalho e eles viram que meu sobrenome era Houffman, me deram o emprego. Acho que podem ser amigos do meu pai.

Vi que ele estava colaborando e contando tudo o que sabia, então era hora de deixá-lo ir.

- Ok. Obrigado, cara. - Comecei a desamara-lo. - Ah, vê se mantenha sua boca fechada ou posso voltar para cortar sua língua.

Ele não hesitou em descer do carro. Apavorado, correu pela estrada e eu dirigi para entregar o carro na locadora.



Peguei o primeiro voo que eu vi para casa. Hoquiam ficava em Washington, então eu poderia pegar um dos carros poderosos de Edward e ir.

Tentei me distrair para não passar mal de novo e pensei no quanto me divertiria em dirigir o Aston Martin Vanquish Coupé de Edward. Não que meu carro não fosse bom, mas como estávamos longe de casa, eu estava usando este emprestado.

Até forcei meus pensamentos sobre carros e algumas coisas que eu gostava, mas sabia o que viria a seguir. Quem ou o que eu encontrasse no laboratório do Dr. Houffman colocaria minha vida em risco, afinal eles usavam lobos como eu para testes que, às vezes, resultavam em morte.

Eu faria de tudo para ajudar Renesmee e o nosso casamento. Eu iria até o fim do mundo para descobrir o que estava acontecendo com a gente e como poderíamos resolver esta situação.

Fechei os olhos e como estava sem dormir por algumas horas, adormeci sem sonhos, mas com um nome na minha mente que parecia pulsar de um em um segundo: Renesmee.



Narrado por Renesmee Black
Não saber onde Jake estava me dava uma agonia tremenda. Eu confiava que ele voltaria para casa, mas meu coração batia mais forte só de pensar que ele poderia estar em perigo.

Para me distrair, Rachel e Melissa vinham todas as tardes me visitar e até mesmo me ajudar a ser uma grávida mais confortável. Elas tentavam me fazer comer pratos novos, me compraram um travesseiro que ajudava para dormir e calças mais largas. Apesar de não gostar de Rachel, eu estava fazendo um esforço agora. Ela tinha boa vontade de me ajudar, mas com certeza só estava fazendo isto para Jacob.

A hora de dormir era a pior hora do dia. Eu deitava, tentava relaxar, porém meu cérebro trabalhava a todo vapor e eu acabava tendo pesadelos. A maioria não fazia sentido, uns com Tyler vindo me visitar e até mesmo gritar comigo e outros com os meus pais sendo mortos...



Narrado por Jacob Black
Cheguei em casa e encontrei uma Rachel sonolenta assistindo a TV. Perguntei a ela como Nessie estava e ela me disse que estava dormindo. Fui tomar um banho e depois comer alguma coisa.

Entrei no quarto que estava quente demais. Renesmee estava agarrada a um travesseiro que parecia uma minhoca e ressonava baixinho. Coloquei a mão em seu cabelo para acaricia-la e a outra mão em sua barriga coberta pelo edredom. Estava tão quente aqui e ela estava com frio? Eu não podia checar sua temperatura sem fazer algum mal, por isto chamei minha irmã.

- Ela está com febre, Jake. - Rachel disse, depois de conferir a temperatura de Renesmee com um termômetro.

- Irei ligar para Edward.

Peguei meu telefone e liguei para Edward, Bella e Carlisle virem o mais rápido possível. Eles estavam em um hotel por perto e tinham planos de ir caçar hoje. Planos que teriam que ser adiados.



Bella me abraçou quando chegou. Ela estava gelada, como sempre, mas seu rosto estava diferente. Parecia que ela havia envelhecido alguns anos e seu ar de adolescente já não estava mais presente.

Edward sempre rígido e mandão se desmanchou ao ver que Nessie mal conseguia falar e eu tinha certeza que ele cuidaria dela, até melhor do que eu, caso acontecesse alguma coisa comigo.

Carlisle estava fazendo tudo o que podia. Ele deu a Nessie uma dose adequada de Paracetamol, mas pelo jeito não iria ser o suficiente.

Eu não sabia o que fazer, onde ficar... Então me sentei ao lado de Renesmee na cama sem chegar muito perto, pois ela estava suando demais. Bella também não deixou o quarto, porém quando Nessie tossiu forte e quase perdeu o ar pela decima vez, eu e ela nos olhamos e vi, pela primeira vez, em sua face que as esperanças estavam diminuindo.

Eu precisava fazer algo. Não podia ficar aqui parado. Ainda havia esperanças com o laboratório do Dr. Houffman, não havia? Eu precisava ir até lá. Me levantei da cama.

- Não! - Edward entrou no quarto. Ouviu meus pensamentos, como sempre. - Ir atrás de loucos em um laboratório só vai nos trazer mais problemas.

- Preciso arrumar um jeito de ajuda-la, Edward! Carlisle já não pode fazer mais nada.

Carlisle apareceu atrás de Edward. Tenso, como se eu fosse ataca-lo.

- Você não vai, Jacob. Se ela perdê-lo agora, vai piorar. 

Eu sabia que ele tinha razão. Renesmee iria piorar caso eu morresse.

- É a minha única chance. - Expliquei. - Estou disposto a morrer tentando. Eles são estudiosos, já podem ter tido algum caso igual ao nosso.

- Não! Eles são psicopatas que fazem experiências com seres como nós e se você for lá, não vai mais voltar!

- Acha mesmo que eu não sei me defender? Eu vou até lá descobrir o que me espera, você não vai me impedir.

Dei um passo a frente, Edward me fuzilava com os olhos e eu tentei empurrá-lo. Meu sangue queimava e eu estava pronto para me transformar. Dei mais um passo, minha mão tocou seu ombos na tentativa de fazê-lo sair da minha frente, mas ele não saiu. 

- Edward... Jacob... Por favor. - Ouvi Bella se lamentar. A voz dela parecia estar há quilômetros de distância. Ela se aproximou de nós, deixando Renesmee tremendo na cama.

- Saia da minha frente! - Pedi mais uma vez e ele balançou a cabeça.

Empurrei-o mais forte, mas ele parecia duro como pedra. 

- Como você se importasse com a minha morte! - Joguei na cara dele. - Saia!

Eu estava nervoso demais para qualquer controle. Senti meu corpo se transformando e desta vez não lutei contra isso. 

Minha visão de lobo me ajudou e fui rápido. Pulei contra Edward, que tentou passar os braços envolta de mim, mas não conseguiu. Senti Bella pular nas minhas costas e Carlisle tirando-a de lá. 

Edward ainda se mexia debaixo de mim. Ele me deu uma cabeça que me fez empurrar a cama de Renesmee. Quarto pequeno demais para uma briga.

Bella colocou-se na frente de Edward e ele jogou-a para o lado, como se quisesse me enfrentar sozinho. Eu recuei para ver o que ele queria fazer, se iria me matar mesmo ou só queria quebrar meus ossos... Dei um salto em sua direção, de boca aberta para machucá-lo, mas Bella entrou na minha frente e eu cobri um de seus braços com a minha boca, mordendo fortemente.

Não tive tempo de concluir o que eu havia feito com a minha melhor amiga. Agora o ódio era destinado ao marido dela. Não tive tempo de atacá-lo outra vez, já que o amor da minha vida acordou gritando. E não foi o nome de Edward ou o meu que ela chamou.

- MÃE!



Tudo aconteceu num vulto rápido. Eu me transformei de volta, nu e tratei de ir para o banheiro vestir algo que estava em minha mala. Voltei desesperado e encontrei Renesmee atônita, no colo de Bella e Carlisle examinando-a.

- Ela está sangrando, Jake. - Bella disse baixinho, ainda sem parte de sua pele no braço. Eu sabia que ela iria ficar bem, só com alguma cicatriz. Edward rosnou ao ouvir meu pensamento. “Se você tivesse me deixado ir, nada disso teria acontecido, seu idiota”, pensei alto e propositalmente.

- Jake... - Nessie sussurrou meu nome. Sua voz baixa e delicada me fazia tremer. E se eu nunca mais pudesse ouvi-la chamar meu nome?

- Oi, estou aqui. - Me aproximei dela para ouvi-la.

- Tyler esteve aqui. - Ela me disse. Seus olhos pareciam sem vida. Eu sabia sobre seus pesadelos com Tyler, mas achava que já tinham parado.

- O que ele disse? - Perguntei.

- Ele disse que alguém virá para nos ajudar. - Ela tossiu. - Para ajudar o bebê.

- Ah, que bom! - Eu tentei sorrir, porém se aproximou de uma careta. Era bom ela ainda ter esperanças.

- Não. - Ela suspirou. - Ele disse que não será ajuda e sim uma traição.

Bella olhou para mim e eu olhei para ela. Algo em seu olhar me fazia pensar que ela acreditava nos pesadelos que Renesmee tinha com nosso amigo morto, Tyler.

- Jake... - Renesmee chamou e eu olhei para ela. - Vá!

Ela não precisou pedir duas vezes. Eu peguei minha mala, que nem foi desfeita, e coloquei no carro. Precisava ir atrás da nossa única chance.



                                                         Atenção!
Se você ainda não curtiu a nossa página no Facebook, curta aqui. E caso queira ser notificado quando postarmos um novo capítulo, siga a imagem abaixo e clique em 'Obter Notificações'.



Seu comentário é muito importante para nós, deixe sua opinião!

2 comentários:

  1. Ei! Por favor mais meninas. Estou esperando, por favor,por favor! Do fundo do coração. Ai*

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. Obrigada pelo carinho! Pode deixar, estamos trabalhando para vir mais!
      Beijos :)

      Excluir

Pedimos que comentem suas opiniões, críticas e ideias com o devido respeito, ou seja, sem palavras obscenas ou grosseiras. Caso contrário, seu comentário será deletado.

Sintam-se a vontade para perguntar e tirar suas dúvidas sobre qualquer postagem do blog. Se quiser que uma resposta de volta, deixe seu e-mail. Abraços!